sexta-feira, novembro 25, 2005

Verão que o apelo importa.

Richard Bach é retrô. É retrô hoje, porque nos anos oitenta chegava a deixar gente grande com vontade de bater asas e sair flutuando feito Fernão Capelo. Mas isso hoje tornou-se retrô, não tanto quanto seu similar brasileiro, Leonardo Boff e sua granja de galinhas improváveis. Diferentemente de Bach, Boff transforma um momento de frívolo prazer retórico em plataforma da insurreição política. A comparação entre ambos não é maldade com Bach, de quem sinto saudades (apenas para ter aqueles momentinhos frívolos de leveza de incenso de morango), sem compromisso de sair voando por aí dizendo-se águia, sou uma águia, sou uma águia. Boff nasceu retrô.
Sinto saudades desses caras que tinham por objetivo fazer pensamentos-incenso sem bajular o leitor. Em muitos momentos estava claro que o importante era voar (com avião mesmo), e fazer gozação sem compromisso de insuflar a classe trabalhadora e oprimida.
Bach está na ativa em richardbach.com . A única coisa que aparece de imediato é um suposto "Manual do Messias", diretamente vindo de "Ilusões". Obviamente trata-se de um link para uma editora que disponibiliza, em primeiro plano, o último lançamento do autor por US$ 6,48 (50% de desconto do preço original). Dessas coisas que custam e dão mais barato que uma carreira de cocaína.