domingo, janeiro 16, 2005

Uma Cepeí da pesada, loka d+ mermão...

Depois reclamam quando eu falo mal da galera. A galera foi visitar o filho do Presidente de Pindamonhagaba e fez coisas que a galera costuma fazer quando vai à casa do filho do Presidente. Durante algumas horas, as imagens do tour ficaram num fotoblog (daqueles em que se coloca fotos e legendas, com descrição do que as fotos contém). Cogitou-se de uso do erário para diversão do pessoal. O que mais pegou, entretanto, foi a estranha língua em que foi descrito o recreio no aquapark do Torto. Eis a cena de uma possível CPI, coordenada pela oposição.

Deputado Relator: “Antes de começar, gostaria de esclarecer ao senhor que fui advertido por meu colega da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados de que o senhor não pode ser considerado como tendo capacidade para figurar nesta sessão como interrogado, haja vista que há dúvidas quanto à sua capacidade psíquica de ser responsabilizado pelos atos que estamos investigando. Portanto, iremos ouvi-lo na qualidade de testemunha e portanto o senhor deverá prestar compromisso diante da comissão, certo?”

Bródi: [O advogado cochicha algo no ouvido do rapaz] “Beleiz, ta certu aí.”

[passa o tempo. O trabalho é duro]

Deputado Relator: “De quem foi o convite para o passeio na Granja do Torto?”

Bródi: “Foi aí, quer dizer, o Lula, não o Lula que faz esses negócios de ser o chefe e tal, mas o meu bródi, o Lula, filho aí do ômi que é chefe d´o-6s.”

Deputado Relator: “Então o sr. confirma que o convite foi feito pelo filho do Presidente?”
Bródi: “(...)”

Deputado Relator: “O sr. vai responder à pergunta?”
Bródi: “quem, eu?”

Deputado Relator: “É, o senhor.”
Bródi: “Pô ai, naun tava prestanotenção, pô, mi chamanu de senhor o senhor keria o kê? “

Deputado Relator: “Você então, poderia responder?”
Bródi: “Qual memo?”

[passa o tempo. O trabalho é duro]


Deputado Relator: “Então você confirma que o convite foi feito pelo filho do Presidente e não pelo próprio Presidente?”
Bródi: “Presidente ?”

Deputado Relator: [faz sim com a cabeça]
Bródi: “Ah, é, tá, o pai do Lula, o Lula. O Lula me ligô, preu falá com a galera e tal e ia rolar um rolé com a galera, aí eu fui e tal, e todo mundo, foi molegal aí.”

Deputado Relator: [triste] “Você e o pessoal e tal vieram de avião para Brasília?”
Bródi: “Não, a gente fomos para a Granja do Torto e de lá para o Palácio e depois para o sítio, de novo. Nem passamu perto de Brasília.”

Deputado Relator: “[cochicha com o outro deputado, ri. Cochicha de novo, ri de novo] É, ta certo. Você sabia que lá onde você foi com a galera é a capital do Reino do Pirimpimpim?”
Bródi: [ O advogado do rapaz comunica algo, baixinho]. “Ah, mas não é Brasília? “

[passa o tempo. O trabalho é duro]


Há um colóquio, fora do microfone, entre o advogado, um deputado e o relator. Deliberam rapidamente e o relator gesticula muito exaltado para os demais, procurando saber deles alguma opinião. O deputado parece satisfeito com a solução e os três se posicionam novamente.

Deputado Relator: “Fui comunicado pelo representante da comissão de Direitos Humanos do Câmara que o senhor não está mais apto, pelo visto, a prosseguir com seu depoimento. A recomendação foi de que não prosseguisse a audiência até a requisição de profissional autorizado a proceder à comunicação entre o senhor e os membros dessa Comissão parlamentar. Agradeço a presença e a colaboração. A sessão está encerrada.”
Muleke: “Demorô.”

Deputado Relator: “Demorou o quê?”
Muleke: “Ué, naun cabou? , entaun demorô.”

E então passa uma manada de elefantes na sala da Comissão, esmaga todos e o dia termina assim, no zero a zero. Huahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuah.